segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

10 de dezembro: Dia Internacional dos Direitos Humanos



Daiane Souza 

Assinada em Paris, em 1948, pela Assembléia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, considerado a mais alta inspiração do homem, oficializa o desejo de que todos sejam livres e iguais em dignidade e direitos. 
Com base na Declaração, cada país se organiza para atender a sua população, adaptando medidas e ações no sentido de beneficiar a todos. No Brasil, por uma questão histórica, a maioria da população ainda enfrenta dificuldades das mais diversas no que diz respeito ao acesso aos direitos constitucionais. A maior vítima das desigualdades é a população negra, composta por 51% dos habitantes do país. 
Por muitos séculos, os afrodescendentes brasileiros enfrentaram inúmeras lutas para garantir o acesso à participação política e aos direitos. De acordo com Eloi Ferreira de Araujo, presidente da Fundação Cultural Palmares, esta inacessibilidade se explica muitas vezes pelo racismo institucionalizado, onde não são levadas em consideração as especificidades desse público. Por exemplo, a saúde da população negra requer cuidado especial devido às suas patologias específicas, mas só passou a ganhar essa atenção recentemente, há cerca de uma década. 
Para mudar esta realidade, foi sancionado há um ano, o Estatuto da Igualdade Racial - lei que estabelece diretrizes para a garantia de oportunidades à população negra brasileira. Considerado importante ferramenta na construção de condições para a promoção da igualdade racial, o Estatuto é também uma ação que visa o alcance de políticas dentro do contexto da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Em entrevista à Assessoria de Comunicação da Fundação Cultural Palmares, em 20 de outubro de 2011, Eloi Ferreira de Araujo, ministro da Secretaria de Políticas para Promoção da Igualdade Racial quando sancionado o Estatuto, em 2010, falou dos avanços que a lei traz para a democracia nacional. Reveja sua avaliação quanto ao documento que considera a maior conquista dos negros brasileiros desde a oficialização do fim da escravidão com a assinatura da Lei Áurea, em 1888. 
Ascom/FCP – O que significa o Estatuto da Igualdade Racial?
Eloi Ferreira- É a forma mais democrática e legal para que sejam asseguradas as possibilidades de acesso aos bens econômicos e culturais a toda a nação de maneira igualitária. O primeiro diploma legal incluído no arcabouço jurídico brasileiro, desde 1888, tendo em vista a construção de ambiente de igualdade de oportunidade entre negros e não-negros. 
Ascom/FCP – Com o Estatuto os direitos da população negra estão de fato assegurados?
Eloi Ferreira- Eles estão colocados de forma que a população negra os acesse. A construção da igualdade de oportunidades a todas as raças será resultado de uma grande comunhão e o Estatuto é apenas um dos primeiros passos de uma longa caminhada, que a nação tem que percorrer, para estabelecer a democracia. 
Ascom/FCP – Qual o papel da Fundação Cultural Palmares no sentido de promover a igualdade segundo o que determina o Estatuto?
Eloi Ferreira – A contribuição do negro na construção do nosso país é imensurável, por isso, somente por meio de políticas públicas que valorizem a cultura afro-brasileira e dêem mais visibilidade à população negra na sociedade estaremos promovendo de fato uma maior equidade. Para isto, a Fundação Cultural Palmares tem entre as suas competências a promoção de ações afirmativas, o reconhecimento das comunidades remanescentes de quilombos e a valorização da cultura. 
A Fundação Cultura Palmares deve dar ênfase ao que dispõe a regulamentação do Artigo 17 do Estatuto da Igualdade Racial que garante o reconhecimento das sociedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva da população negra. Com base nisto, a FCP pretende levar ações para todos os segmentos da cultura afro-brasileira: gastronomia, música, dança, literatura, capoeira e tradições como jongo, maculelê, tambor de crioula e congada, além de colaborar substantivamente, para as áreas de comunicação, educação quilombola e defesa das religiões de matriz africana. 
Ascom/FCP – Com a Lei, qual a perspectiva para os próximos anos?
Eloi Ferreira – A perspectiva é termos uma projeção da cultura afro-brasileira nos teatros, nos cinemas, televisão, casas de espetáculos com protagonistas negros e negras. A nação tem 51,2% de pretos e pardos e é preciso que sejam representados em todo o ambiente nacional. Estamos avançando para que a nação seja mais igual, mais justa e mais fraterna.

fonte:
http://www.palmares.gov.br/2011/12/10-de-dezembro-dia-internacional-dos-direitos-humanos/

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Origem do nome pinga e aguardente




Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.
Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.
O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No dia seguinte, encontraram o melado azedo, fermentado.
Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool, que, aos poucos, foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente. Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome 'PINGA'.

Quando a pinga batia nas suas costas marcadas pelas chibatadas dos feitores, ardiam muito, por isso surgiu o nome de 'ÁGUA-ARDENTE'.
Caindo em seus rostos, escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. E, sempre que queriam ficar alegres, repetiam o processo.



(História contada no Museu do Homem do Nordeste)

fonte:http://lydiacomy.blogspot.com.br/2010/05/manguaca-cultural.html

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

REVOLTA DA CHIBATA

A Luta contra os castigos corporais levou um grupos de marinheiros, no ano de 1910, no Rio de Janeiro a fazer um levante exigindo o fim de tais práticas na marinha do Brasil. Veja como foi esse movimento na matéria abaixo:
























domingo, 2 de dezembro de 2012

O primeiro vereador negro do Brasil

Quintino de Lacerda, o primeiro vereador negro do Brasil


Major Quintino de Lacerda
Casa de Quintino de Lacerda no bairro do Jabaquara em Santos
Major Quintino de Lacerda
Santos, com os seus diversos heróis e personagens, também marcou história na luta da igualdade, contra a escravidão e principalmente pela liberdade de expressão e vontade política de suas minorias, inclusive com os negros. A cidade teve o principio fundamental para o desenvolvimento da consciência negra, e através de um personagem fundamental na história do Brasil, Quintino de Lacerda.
Sergipano que nasceu em 8 de junho de 1839, o mesmo fez sua vida em São Paulo e Santos. O famoso líder político santista, foi cozinheiro do tradicional abolicionista Antônio de Lacerda Franco, e o seu apelido Tintino, levou ao seu nome, Quintino de Lacerda. Lacerda Franco libertou Quintino, e deu ao mesmo os ideais para um Brasil mais livre e democrático.
No ano de 1850 existiam em Santos 3.189 escravos para uma população branca de 3.956 habitantes, assim quase um escravo para um cidadão, uma tragédia humana. Mas a luta de diversos abolicionistas brasileiros que usaram em Santos o verdadeiro palco para a liberdade.
A resistência santista foi muito forte, tanto que 15 anos depois já não existiam mais escravos, e muito disso foi em função da integração e diálogos de Quintino de Lacerda. No dia 13 de maio de 1888, a cidade de Santos foi impulsionada por grandes festejos pela liberdade, e Quintino de Lacerda foi referenciado por Martim Francisco Sobrinho com um mimo, um relógio de ouro. Com o avanço da liberdade, Quintino busca uma nova posição pela liberdade, e principalmente pela amplitude da voz negra em Santos e no Brasil.
O grande marco da história de Quintino foi seu impulso para a política, principalmente em se candidatar para a Câmara de Vereadores de Santos, e eleito como o primeiro vereador negro do Brasil em 1895. No dia de sua posse como vereador, ocorreu uma das maiores injustiças políticas e exemplo de racismo da história política de Santos e do Brasil.
O presidente da Câmara, Manoel Tourinho (hoje nome de rua) e os vereadores Alberto Veiga e Sacramento Macuco renunciaram aos seus cargos. Interessante ver que Sacramento Macuco lutava pelo republicanismo e em volga pelo abolicionismo. Mas a agressão política não afetou Quintino, que avançou pela força de um dialogo único do povo santista, onde negros, brancos, pardos e amarelos poderiam ter a mesma força.
Quintino de Lacerda lutou pelo ideal libertário, e marcou sua vida e história na história de Santos e do Brasil. Faleceu em 10 de agosto de 1898, e hoje está sepultado no Cemitério do Paquetá.

fonte:



terça-feira, 13 de novembro de 2012

Consciência Negra:

Dia 20/11 é marcado como o “Dia da Consciência Negra”. Justa homenagem aos descendentes daqueles que realmente trabalharam para construir o Brasil, mas que hoje, após o fim formal da escravidão, a maioria ainda mora nas “senzalas do século XXI”, sem grandes possibilidades de ascensão social. Abaixo, uma charge para nossa reflexão e um reggae de raiz.
Palmares 1999
Natiruts

A cultura e o folclore são meus
Mas os livros foi você quem escreveu
Quem garante que Palmares se entregou
Quem garante que Zumbi você matou
Perseguidos sem direitos nem escolas
Como podiam registrar as suas glórias
Nossa memória foi contada por vocês
E é julgada verdadeira como a própria lei
Por isso temos registrados em toda história
Uma mísera parte de nossas vitórias
É por isso que não temos sopa na colher
E sim anjinhos pra dizer que o lado mal é o candomblé
A energia vem do coração
E a alma não se entrega não
A energia vem do coração
E a alma não se entrega não
A influência dos homens bons deixou a todos ver
Que omissão total ou não
Deixa os seus valores longe de você
Então despreza a flor zulu
Sonha em ser pop na zona sul
Por favor não entenda assim
Procure o seu valor ou será o seu fim
Por isso corre pelo mundo sem jamais se encontrar
Procura as vias do passado no espelho mas não vê
E apesar de ter criado o toque do agogô
Fica de fora dos cordões do carnaval de salvador
A energia vem do coração
E a alma não se entrega não
A energia vem do coração
E a alma não se entrega não

Por: Cássio Augusto – professor e mestrando em História UEM.