Emancipação política
do Brasil
O processo de
emancipação política não pode ser analisado à revelia do contexto histórico
internacional. É bom lembrar que os séculos XVIII e XIX foram palcos de
diversos acontecimentos que trouxeram transformações importantes para a
sociedade europeia.
Um desses acontecimentos foi chegada ao poder de Napoleão Bonaparte, que se tornou imperador da França. Durante sua passagem no comando da sociedade francesa acabou se envolvendo num conflito com a Inglaterra, motivado por disputas econômicas. Para combater a Inglaterra, a França instaurou o Bloqueio Continental que visava sufocar o comércio inglês impedindo que qualquer Estado europeu comercializasse com a Inglaterra.
Nesse período,
Portugal mantinha uma importante relação econômica com a Inglaterra, e vendo se
pressionado por um lado pela França de Napoleão e de outro pela Inglaterra, não
teve outra saída a não ser transferir a sede do reinado português para o Brasil
(a vinda da família real para o Brasil em 1808).
No campo das
idéia, o iluminismo que tanto influenciava os acontecimentos que ocorriam na
Europa, também havia chegado ao Brasil, e como tal, influenciou movimentos que
tiveram relações com o processo de independência do Brasil.
Em Minas
Gerais, em 1788, ocorreu a Inconfidência Mineira, movimento de cunho elitista,
que planejavam criar uma república. Esse movimento, ainda que não tivesse a
intenção de modificar a estrutura da sociedade brasileira, já que não havia o
interesse de libertar os escravos, foi importante por ser o primeiro movimento
de caráter separatista em solo brasileiro.
A luta pela
emancipação já estava enraizado no seio da sociedade brasileiro. Em 1798, na Bahia,
tivemos outro movimento de caráter emancipatório, a Conjuração Bahia, que ao
contrário da mineira, estava permeada por membros das classes populares. Entre suas
intenções estava o desejo de proclamar uma república. Também tinham a intenção
de libertar os escravos.
Em 1817,
aconteceu a revolução
pernambucana. Os revoltosos queriam proclamar a República e com
isso acabar com o sistema de governo existente.
É bom lembra
que todos esses movimentos, foram duramente reprimidos pelo governo português. Seus
líderes foram presos e muitos deles receberam como punição a pena de morte.
A vinda da
Família Real para o Brasil em 1808 trouxe consigo o combustível catalisado da independência
da colônia portuguesa na América. Medidas com a abertura dos portos, que
significou na prática o fim do pacto colonial, e a elevação do Brasil à condição
de Reino Unido a Portugal e Algarves, demonstravam que a independência era uma
questão de tempo.
Ao lado de
tudo isso, não podemos esquecer que a importância da Revolução Liberal do
Porto, ocorrida em Portugal, que exigia o retorno da família real a Portugal. Não
tendo outra saída D. João VI, volta para a Europa e deixa seu filho D. Pedro como
herdeiro do trono brasileiro. Este também pressionado a retornar a Portugal,
não teve outra saída a não ser proclamar a independência do Brasil no dia 22 de
setembro de 1822.
Há de se levar em conta que o processo de independencia tal qual foi executado, atendia o interesse da elite colonia aqui estabelecida, principalmente no que diz respeito à manutenção da estruras vigentes daquela sociedade.
Então, como vimos, a independência resultou de um amplo processo de lutas onde muitos colonos pagaram com suas próprias vidas o preço de se levantar contra o governo português.
É bom lembrar
que após a decisão tomada por D. Pedro em 1822, muitos movimento de resistência
à independência surgiram em diversas províncias brasileiras, e a emancipação ainda
levaria algum tempo para ser consolidada, mas este é um assunto a ser abordado
em outra ocasião.
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